quinta-feira, fevereiro 03, 2005

FSM 2005: Povos trocam experiências entre si e buscam diálogo com não índios

No CIMI: "No penúltimo dia do Fórum Social Mundial, 30 de janeiro, os indígenas saíram do Puxirum de Artes e Saberes ? espaço que concentrou grande parte da programação do Fórum ligada a temas indígenas - e caminharam por todo o "território social mundial" distribuindo o segundo manifesto produzido pelos povos brasileiros presentes ao evento, no qual apresentavam propostas para uma mudança efetiva na política indigenista nacional. Entre as propostas, estava a de reformulação da política indigenista oficial, através da criação de uma secretaria especial, com status de Ministério, diretamente ligada à Presidência da República, e a instituição de um Conselho Nacional de Política Indigenista, com participação paritária dos indígenas. No documento, eles solicitam também "a manifestação pública do governo federal, como responsável pela proteção de todos os bens indígenas, contra a aprovação pelo Congresso do PLS 188, que pretende fazer retroceder todos os procedimentos demarcatórios ainda não concluídos a fase inicial para que os limites das nossas terras possam ser negociados em função dos interesses econômicos e políticos representados no Senado Federal". No manifesto anterior, lançado em 28 de janeiro, os indígenas denunciavam a persistência, a "omissão, descaso e morosidade do governo em garantir a demarcação de nossas terras". A caminhada foi uma tentativa de dialogar com participantes de outros espaços do Fórum, já que o Puxirum ficava em um dos extremos do "território social mundial", o espaço onde aconteceram as atividades do V FSM, construído na margem do Rio Guaíba, em Porto Alegre. "O Puxirum estava meio isolado e a caminhada marcou a presença indígena no Fórum. Foi uma forma de dizer os povos indígenas estão aqui, estão organizados e lutando pelos seus direitos", avalia Gilberto dos Santos, missionário do Cimi. A concentração dos indígenas em um só espaço foi avaliada como positiva por diversas lideranças. "Foi boa a oportunidade de estar junto com outros companheiros do continente americano para discutir os problemas comuns que estamos passando, a questão das invasões de território, a não demarcação de terras indígenas, o atropelo do projeto neoliberal que avança sobre as terras", afirma Antonio Veríssimo Apinajé, de Tocantins." [notícia completa]

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