quinta-feira, maio 31, 2007
Série especial apresenta o quotidiano dos indígenas em quatro grandes cidades brasileiras
O CIMI preparou uma série especial sobre quotidiano dos indígenas em quatro grandes cidades brasileiras. As reportagens examinam também a relação desses povos com o poder público. [Dossier completo]
República Democrática do Congo: Pigmeus Efe despojados de sua terra e seus meios de vida
Do World Rainforest Movement: "No nordeste da República Democrática do Congo, encontra-se a grande, densa e montanhosa floresta tropical de Ituri, que abrange aproximadamente 70.000 quilómetros quadrados. É uma área rica em recursos naturais. A madeira tropical é colhida (legalmente e ilegalmente) em grande escala. Os minerais como o ouro e o coltan (utilizado em telefones celulares) são explorados intensamente depois de que as árvores têm sido cortadas.
A floresta de Ituri alberga uma das mais antigas populações da África: os Efe, também conhecidos como Pigmeus Mbuti. O habitat dos Efe originalmente abrangia uma porção mais ampla da África mas agora estão confinados à floresta de Ituri já que têm sido repelidos pelo inédito influxo de imigrantes causado pela guerra civil na RDC e as crises políticas na vizinha Ruanda. Os acampamentos de refugiados com dezenas de milhares de pessoas deslocadas são comuns no leste da floresta de Ituri, ao longo da estrada Beni-Komanda-Bunia.
No começo da década de 90, as companhias madeireiras comerciais malaias e europeias vieram para a região, causando surtos devastadores de malária, dedicando-se à caça furtiva que fazia com que houvesse pouca caça e introduzindo dinheiro, tabaco e maconha, todo o que deixou os Efe doentes, famintos e desalentados.
Os Efe são caçadores colectores e vivem da apanha limitada de caça menor já que a caça maior como o búfalo e o elefante tem sido proibida há muito tempo. Caçam com faísca e seta (às vezes com veneno) e redes de caça. As famílias Efe vivem em cabanas abobadadas feitas com folhas. Sua cultura está muito conectada com sua música 'polifônica" e a dança, na que todos participam. Além de suas vozes usam instrumentos musicais como por exemplo: tambores, flautas, sinetas para os pés, trombetas (molimo), arcos de boca, pianos de polegar, etc. Suas roupas tradicionais originais (mulumba) pintadas com bonitos desenhos abstractos ainda são criadas e usadas às vezes, mas as roupas ocidentais estão crescentemente deslocando essa tradição.
Depois da colonização belga, a densa floresta tropical era quase impenetrável pela ausência de boas estradas. Grandes buracos de lama bloqueavam todas as ocasiões de transporte. Ficar preso na lama estava garantido. Essa situação de impenetrabilidade manteve o habitat dos Efe intato.
Durante a última década, sua forma de vida tradicional tem sido muito perturbada já que a actividade florestal comercial está cortando mais e mais profundamente na decrescente floresta tropical, restringindo e reduzindo o abastecimento de alimento para os Pigmeus Efe. Desde a metade do ano de 2006, a reabilitação e reconstrução de estradas tem permitido aos empreiteiros madeireiros ingressar mais facilmente na floresta...o que equivale à destruição do habitat natural do Povo Pigmeu Efe.
Com sua terra e meios de vida devastados pela guerra e pelas grandes corporações em busca de negócios, os Efe estão presos em um beco sem saída que deixa suas vidas sob assédio.
Na nova estrada Komanda – Beni, perto de Idohu, é possível ver Pigmeus Efe carregando tábuas entre duas pessoas, em suas cabeças, com um peso de aproximadamente 70 a 80 kg de madeira fresca e úmida. Eles recebem em pagamento USD 5 por tábua e por equipe, por 7 km de transporte. Uma equipe pode fazer isso uma vez ao dia. O pagamento é feito directamente depois da recepção da madeira transportada. Alguns povoadores usam suas bicicletas para o transporte. Algumas vezes um único povoador carrega essa carga sozinho, com seu arco e setas inúteis em sua mão esquerda...a caça é impossível: o ruído das serras fez com que a caça desaparecesse.
Essa actividade comercial está fechando o círculo económico: trabalho de transporte pesado – pagamento miserável – compra de alimentos – não resta dinheiro – no dia seguinte a mesma coisa: nenhum lucro e a floresta está desaparecendo. Como o velho e sábio Efe Moke disse uma vez: "Vocês vão entender por que somos chamados de Povo da Floresta...Quando a floresta morrer, nós vamos morrer também."
Artigo baseado em: "Pygmies", Foundation Pygmy Kleinood, "Ituri Forest", Foundation Pygmy Kleinood; "Increase of Forest Cutting speed in Eastern Ituri Forest, DRCongo", Foundation Pygmy Kleinood
A floresta de Ituri alberga uma das mais antigas populações da África: os Efe, também conhecidos como Pigmeus Mbuti. O habitat dos Efe originalmente abrangia uma porção mais ampla da África mas agora estão confinados à floresta de Ituri já que têm sido repelidos pelo inédito influxo de imigrantes causado pela guerra civil na RDC e as crises políticas na vizinha Ruanda. Os acampamentos de refugiados com dezenas de milhares de pessoas deslocadas são comuns no leste da floresta de Ituri, ao longo da estrada Beni-Komanda-Bunia.
No começo da década de 90, as companhias madeireiras comerciais malaias e europeias vieram para a região, causando surtos devastadores de malária, dedicando-se à caça furtiva que fazia com que houvesse pouca caça e introduzindo dinheiro, tabaco e maconha, todo o que deixou os Efe doentes, famintos e desalentados.
Os Efe são caçadores colectores e vivem da apanha limitada de caça menor já que a caça maior como o búfalo e o elefante tem sido proibida há muito tempo. Caçam com faísca e seta (às vezes com veneno) e redes de caça. As famílias Efe vivem em cabanas abobadadas feitas com folhas. Sua cultura está muito conectada com sua música 'polifônica" e a dança, na que todos participam. Além de suas vozes usam instrumentos musicais como por exemplo: tambores, flautas, sinetas para os pés, trombetas (molimo), arcos de boca, pianos de polegar, etc. Suas roupas tradicionais originais (mulumba) pintadas com bonitos desenhos abstractos ainda são criadas e usadas às vezes, mas as roupas ocidentais estão crescentemente deslocando essa tradição.
Depois da colonização belga, a densa floresta tropical era quase impenetrável pela ausência de boas estradas. Grandes buracos de lama bloqueavam todas as ocasiões de transporte. Ficar preso na lama estava garantido. Essa situação de impenetrabilidade manteve o habitat dos Efe intato.
Durante a última década, sua forma de vida tradicional tem sido muito perturbada já que a actividade florestal comercial está cortando mais e mais profundamente na decrescente floresta tropical, restringindo e reduzindo o abastecimento de alimento para os Pigmeus Efe. Desde a metade do ano de 2006, a reabilitação e reconstrução de estradas tem permitido aos empreiteiros madeireiros ingressar mais facilmente na floresta...o que equivale à destruição do habitat natural do Povo Pigmeu Efe.
Com sua terra e meios de vida devastados pela guerra e pelas grandes corporações em busca de negócios, os Efe estão presos em um beco sem saída que deixa suas vidas sob assédio.
Na nova estrada Komanda – Beni, perto de Idohu, é possível ver Pigmeus Efe carregando tábuas entre duas pessoas, em suas cabeças, com um peso de aproximadamente 70 a 80 kg de madeira fresca e úmida. Eles recebem em pagamento USD 5 por tábua e por equipe, por 7 km de transporte. Uma equipe pode fazer isso uma vez ao dia. O pagamento é feito directamente depois da recepção da madeira transportada. Alguns povoadores usam suas bicicletas para o transporte. Algumas vezes um único povoador carrega essa carga sozinho, com seu arco e setas inúteis em sua mão esquerda...a caça é impossível: o ruído das serras fez com que a caça desaparecesse.
Essa actividade comercial está fechando o círculo económico: trabalho de transporte pesado – pagamento miserável – compra de alimentos – não resta dinheiro – no dia seguinte a mesma coisa: nenhum lucro e a floresta está desaparecendo. Como o velho e sábio Efe Moke disse uma vez: "Vocês vão entender por que somos chamados de Povo da Floresta...Quando a floresta morrer, nós vamos morrer também."
Artigo baseado em: "Pygmies", Foundation Pygmy Kleinood, "Ituri Forest", Foundation Pygmy Kleinood; "Increase of Forest Cutting speed in Eastern Ituri Forest, DRCongo", Foundation Pygmy Kleinood
terça-feira, maio 22, 2007
Práticas indígenas podem ajudar a frear perda de biodiversidade
No Último Segundo: "Nações Unidas, 22 mai (EFE).- A sabedoria tradicional e as práticas das comunidades indígenas podem ajudar a frear o aquecimento global e a perda da diversidade biológica, disseram hoje especialistas da Organização de Nações Unidas (ONU) na celebração do Dia Internacional da Biodiversidade.O representante do Secretariado para a Convenção sobre a Diversidade Biológica, John Scott, alertou sobre o ritmo alarmante e sem precedentes da extinção de plantas e animais no planeta, devido às mudanças climáticas. Destacou, ainda, o enorme papel que as comunidades indígenas podem ter no combate a esse processo." [notícia completa]
domingo, maio 20, 2007
Vaticano lamenta não adoção de Declaração de direitos indígenas
No Canção Nova Notícias: "O Observador permanente da Santa Sé ante a ONU, Arcebispo Celestino Migliore, manifestou nesta quinta-feira, dia 17, seu pesar porque neste organismo se postergou a aceitação do rascunho da Declaração sobre os Direitos dos Povos Indígenas. Assim o assinalou o Prelado em um discurso pronunciado em Nova Iorque ante a VI Sessão do Foro Permanente sobre os problemas dos indígenas do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), sobre o tema "Territórios, terras e recursos naturais". [notícia completa]
sábado, maio 19, 2007
Chávez diz que papa Bento XVI deve desculpas aos índios
No BondeNEWS: "O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse na sexta-feira que Bento XVI deve pedir desculpas aos indígenas da América por suas declarações sobre a evangelização do continente. Em sua recente visita ao Brasil, o papa declarou que a evangelização da América "não representou uma alienação das culturas pré-colombianas, nem foi uma imposição de uma cultura estranha". Ele também criticou o ressurgimento das religiões pré-colombianas, o que qualificou de "retrocesso". [notícia completa]
quarta-feira, maio 16, 2007
Polícia brasileira lança operação contra abate ilegal de árvores na Amazónia
No Ecosfera: "A polícia federal brasileira lançou hoje uma vasta operação contra o abate ilegal de árvores no Parque Nacional de Xingu, no estado de Mato Grosso, Amazónia, onde vivem 14 etnias indígenas. A polícia emitiu mandatos de detenção contra 47 pessoas acusadas de abate e comercialização ilegais de madeira neste parque nacional. Entre essas pessoas estão proprietários de terrenos, chefes indígenas e mesmo funcionários de organismos públicos de defesa do ambiente." [notícia completa]
Declaração de papa ofende índios
No Diário de Cuiabá: "Líderes indígenas disseram, ontem, ter ficado ofendidos pelas declarações "arrogantes e desrespeitosas" do papa Bento 16, de que a Igreja Católica os havia purificado, e que retomar suas religiões originais seria um retrocesso. Num discurso para os bispos latino-americanos e do Caribe no encerramento de sua visita ao Brasil, o pontífice afirmou que a Igreja não havia se imposto aos povos indígenas das Américas. Segundo o papa, os índios receberam bem os padres europeus, já que "Cristo era o salvador que esperavam silenciosamente". Acredita-se que milhões de índios tenham morrido no continente americano em conseqüência da colonização européia, depois da chegada de Cristóvão Colombo, em 1492. "É arrogante e desrespeitoso considerar nossa herança cultural menos importante que a deles", disse Jecinaldo Satere Mawe, coordenador-chefe da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab)." [notícia completa]
terça-feira, maio 15, 2007
CIMI publica nota de solidariedade a indios da Raposa
Na Folha WEB: "O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), divulgou nota em solidariedade aos povos indígenas da terra Raposa Serra do Sol, em Roraima, por conta da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve cinco rizicultores na terra homologada pelo presidente Lula no dia 15 de abril de 2005." [notícia completa]
Biocombustível: povos indígenas são ameaçados por expansão
No Estadão: "Nações Unidas, 15 - Povos indígenas estão sendo retirados de suas terras para abrir caminho para a expansão de lavouras destinadas à produção de biocombustível ao redor do mundo. Isso ameaça destruir suas culturas nativas, forçando-os a se deslocarem para grandes cidades, afirmou em um painel Victoria Tauli-Corpuz, presidente do Fórum Permanente da Organização das Nações Unidas (ONU) para Questões Indígenas." [notícia completa]
segunda-feira, maio 14, 2007
Índios do Peru entram na justiça contra petroleira
No Cinform: "Índios da comunidade achuar apresentaram uma queixa judicial nos Estados Unidos contra a Ocidental Petroleum (Oxy). No texto, acusam a empresa petrolífera de ter contaminado durante 30 anos o solo e os rios do nordeste do Peru, informaram nesta segunda-feira dirigentes indígenas. O processo foi apresentado em 10 de maio pela associação Earthrights Internacional que representa os achuares. Os índios viajaram até Los Angeles para oficializar a queixa, disse nessa segunda-feira Pisango Chonta, presidente da Asociação Interétnica da Selva Peruana (Aidesep). A americana Oxy foi denunciada à Corte do estado da Califórnia por nove delitos: morte, perdas e danos, negligência, agressão, alteração da propriedade privada, usurpação, fraude e má representação, alteração da ordem pública e violação do código de negócios. Todos são delitos previstos na legislação americana." [notícia completa]
sexta-feira, maio 11, 2007
Índios ameaçam incendiar torres de energia no Maranhão
No Último Segundo: "Um grupo com mais de 400 índios guajajaras da terra de Cana Brava, no Maranhão, ameaça incendiar duas torres de energia e bloqueia uma rodovia em reivindicação à reabertura do escritório da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Barra do Corda, que foi fechado em 2002." [notícia completa]
Papa recebe denúncias sobre grave situação de índios e camponeses
No Último Segundo: "São Paulo, 11 mai (EFE).- O Papa Bento XVI recebeu durante sua visita ao país cartas contendo denúncias sobre os graves problemas que ameaçam índios e camponeses, como perseguições, doenças e a má distribuição de terras. Uma carta elaborada por uma organização de índios foi entregue na quinta-feira ao Pontífice pelo arcebispo emérito de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, enquanto outra carta com as denúncias sobre a grave situação no campo foi recebida das mãos do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cézar Britto." [notícia completa]
segunda-feira, maio 07, 2007
Bento XVI quebra tradição do papa anterior e não terá encontro com índios brasileiros
N'O Povo Online: "Ao contrário do que aconteceu nas três visitas papais anteriores, em 1980, 1991 e 1997, os índios brasileiros não serão recebidos por Bento XVI durante sua estadia no país, esta semana. De acordo com o vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Saulo Feitosa, a entidade recebeu diversas cartas de comunidades indígenas pedindo um encontro com o papa, mas a resposta da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi que a agenda de Bento XVI já estava cheia." [notícia completa]
sábado, maio 05, 2007
ONG nega denúncias e avalia situação de índios como «confortável»
No Jornal da Mídia: "Brasília - O presidente do Instituto Brasileiro pelo Desenvolvimento Sanitário (IBDS), Clayton Carvalho, rebateu hoje (4), durante o programa Amazônia Brasileira da Rádio Nacional da Amazônia, as denúncias de irregularidades feitas por líderes yanomami na semana passada. Segundo ele, a situação das comunidades indígenas é "confortável". O IBDS é uma organização não-governamental conveniada a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). De acordo com Carvalho, o instituto recebe mais de R$ 2 milhões por ano para prestar assistência médica direta a sete comunidades Yanomami." [notícia completa]
quinta-feira, maio 03, 2007
Audiência pode discutir morte de índios por desnutrição
No 24Horas News: "A Comissão de Direitos Humanos e Minorias pode votar hoje requerimento do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG) que propõe a realização de audiência pública para discutir a morte de crianças indígenas por desnutrição que vêm ocorrendo em Mato Grosso do Sul. A Folha de S.Paulo denunciou em 3 março a morte de 6 crianças indígenas por desnutrição naquele estado, de janeiro a fevereiro deste ano, e de 14 crianças no ano passado pelo mesmo motivo. Por essa razão, Eduardo Barbosa quer ouvir os presidentes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa)." [notícia completa]
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