quarta-feira, dezembro 31, 2003

«Os Zapatistas»*

No PÚBLICO: "O início da História. Há dez anos atrás, precisamente a 1 de Janeiro de 1994, o ano acordava com notícias surpreendentes. Do México chegavam relatos de uma insurreição armada. No Sul do país, na região de Chiapas, um grupo de guerrilheiros ocupava cidades e aldeias. Chamavam-se então "Exército Zapatista de Libertação Nacional". Para muitos, o EZLN nascia "fora de tempo". Ele seria apenas um vestígio de uma época que acabara com a queda dos regimes de Leste. Por isto mesmo, o primeiro grande triunfo dos zapatistas foi esse simples gesto de existência, o levantamento que parodiou as teses do fim da História. Essa paródia deu-se simplesmente fazendo a História com as próprias mãos."
*Por JOSÉ NEVES [texto completo]

segunda-feira, dezembro 29, 2003

Envie um webcard e apoie a campanha pela homologação da terra Raposa Serra do Sol

Na página do Conselho Indígena de Roraima: "A terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, ainda não foi homologada. Sem a homologação, os índios não tem domínio sobre suas terras e têm seus direitos ainda mais ameaçados. É preciso mobilizar a sociedade e pressionar o governo para que o processo seja concluído o mais rápido possível. Você também pode ajudar os índios nessa luta. Basta enviar o webcard preparado pela Campanha Nós Existimos para o governo federal e também para os seus amigos. Participe e envie já!"

domingo, dezembro 28, 2003

México: índios perseguidos por defenderem a terra

O alerta é da secção canadiana da Amnistia Internacional: dois indígenas Raramuri, do México, foram detidos com base em povas falsas, após terem protestado contra a exploração ilegal de madeira nas terras da sua comunidade. Colabore da campanha da AI.

Povos Indígenas: novo guia da One World

A OneWorld ampliou a sua secção de guias temáticos com um sobre povos indígenas (em castelhano). Além de um artigo introdutório, o guia tem ainda uma secção de recursos online para quem pretenda aprofundar o tema. Este guia foi elaborado por Susanna Segovia, antropóloga com experiência no acompanhamento e cooperação com organizações indígenas da Amazónia equatoriana. [Fonte: OneWorld]

terça-feira, dezembro 23, 2003

Iguarias de Natal têm origem nas tribos índias americanas

No Diário Digital: "Muitas das iguarias que fazem parte da ceia de Natal dos países ocidentais, como o perú, as batatas assadas ou o chocolate, eram alimentos tradicionais para os índios da América do Sul. Quem o diz é a historiadora Rebecca Earle, da Universidade de Warwick no Reino Unido. Esta historiadora foi em busca do rasto de algumas das comidas mais famosas desta época. Concluiu assim que o peru é originário do México e da América do Norte, tendo apenas chegado à Europa em 1650, depois da colonização daquele continente. Por seu turno, as batatas provêm do Peru, e apenas no séc. XVIII chegaram à Europa ocidental. Uma das especiarias mais difundidas e mais apreciadas também, o chocolate, era por sua vez muito apreciado pelos Astecas e pelos Maias, que povoavam a zona do México e da América Central. Era uma bebida reservada para os príncipes e guerreiros, que a bebiam misturada com especiarias e que pouca relação tinha com o chocolate que é hoje em dia consumido em tabletes ou em sobremesas." [noticia completa]

terça-feira, dezembro 09, 2003

AMAZÓNIA: Índios Waimiri já não correm perigo de extinção

Na TSF: "Os índios Waimiri Atroari, da Amazónia, concluíram domingo dois meses de comemorações pelo nascimento do milésimo membro da etnia. Durante duas décadas, estes índios estiveram em perigo de extinção. A criança, a quem foi dado o nome de Lawyraky (Lutador), simboliza o fim da ameaça de extinção que pairou sobre os Waimiri Atroari durante duas décadas. A festa, que decorreu na aldeia Yawara, onde a criança nasceu a 30 de Setembro, prolongou-se por três dias seguidos com danças e cantos. Os Waimiri Atroari eram cerca de três mil em 1969, mas estiveram à beira da extinção nas décadas de 1970 e 1980, com uma taxa de mortalidade de 20 por cento ao ano. Este problema ocorreu na sequência da implementação nos estados do Amazonas e Roraima, de projectos como a estrada BR 174 (entre Manaus e Boa Vista), a Mineração Taboca e a central hidroeléctrica de Balbina, que causaram um devastador impacto em todo o habitat da etnia. Em 1987, um censo da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) concluiu que só havia 374 Waimiri Atroari, espalhados por sete aldeias e numa situação muito difícil. Os índios eram dizimados nomeadamente por garimpeiros, caçadores e pescadores, assim como por epidemias de sarampo, malária e gripe. A situação começou a mudar com a demarcação em 1987 de uma área de reserva de 2,5 milhões de hectares e a criação, em 1988, do Programa Waimiri Atroari, com acções múltiplas visando a preservação da etnia e da sua cultura, numa iniciativa do antropólogo Porfírio Carvalho com a cooperação da FUNAI e da companhia Centrais Elétricas do Norte do Brasil." [notícia completa]

domingo, novembro 30, 2003

Tribo brasileira já tem acesso à Internet

No Diário Digital: "Uma tribo brasileira que vive numa floresta perto de Angra dos Reis, na região do Rio de Janeiro, tem agora acesso à Internet. A tribo Guarani recebeu de uma associação de caridade cinco computadores portáteis alimentados com bateria. Segundo afirmou o voluntário Lucas Benite ao jornal Hoje, a Internet vai-lhes permitir contactar com outras tribos e «aprender coisas sobre o mundo».A tribo inventou mesmo um palavra na linguagem Tupi para Internet, que traduzida significa: «onde se pode pôr palavras, documentos e conhecimento»." [notícia completa]

quinta-feira, novembro 20, 2003

Índios decepcionados com Lula da Silva

No Diário de Notícias: "Mais de 40 mil índios aguardam que o presidente Lula da Silva assine a homologação (decretada em 1998) das terras que ocupam, por direito, em Roraima, no Brasil. A campanha Nós Existimos, que alia índios, trabalhadores rurais e excluídos da cidade na luta pela demarcação do território, foi divulgada ontem pelo missionário Jorge Dal Ben, em Lisboa. «Lula sofre a pressão dos políticos locais. Os índios têm receio que ele ceda e negoceie a redução das terras», disse o padre Dal Ben, explicando que a homologação fez parte da política indigenista da campanha de Lula. Em Raposa/Serra do Sol, a nordeste do Estado de Roraima, vivem 15 mil indígenas dos povos Macuxi, Wapichana, Ingaricó, Taurepang e Patamona. São comunidades com autonomia económica, que sobrevivem da agricultura, artesanato e criação de animais." [notícia completa]

Missionários Querem Assinatura de Lula para Área Indígena

No PÚBLICO: "Falta só uma assinatura do Presidente Lula, do Brasil, para que as tribos da área indígena da Raposa-Serra do Sol, no estado do Roraima (Nordeste), possam viver mais descansadas. "O medo é que o Presidente ceda aos dirigentes locais em troca de apoio político às reformas do Governo", diz o padre Jorge Dal Ben, 60 anos, membro dos Missionários da Consolata, a trabalhar no Brasil há quase 35 e que ontem deu uma conferência em Lisboa. Para o evitar, os missionários estão a lançar uma campanha internacional que pressione Lula da Silva para assinar o decreto que homologa aquela área. Entre as cartas já recebidas por Lula, está uma assinada pelo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Geraldo Majella Ângelo. Em 29 de Maio, o líder do episcopado saudou o Presidente brasileiro e manifestou-lhe a "preocupação maior" dos 350 bispos: a "expectativa da imediata homologação da terra indígena Raposa-Serra do Sol". [notícia completa]

quarta-feira, novembro 19, 2003

Índios decepcionados com a demora de Lula em ratificar demarcação

Na LUSA: "Um grupo de índios do estado brasileiro de Roraima está decepcionado com a demora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em ratificar a demarcação das suas terras, declarou hoje em Lisboa o missionário Jorge Dal Ben. "Os povos indígenas da região de Raposa-Serra do Sol estão decepcionados com o presidente Lula, que prometeu aos índios ratificar a demarcação das suas terras (decretada em 1998}, assim que chegasse ao poder, coisa que não ocorreu até o momento", disse Jorge Dal Ben durante uma conferência de imprensa em Lisboa. "O grande receio dos índios é que o presidente Lula seja pressionado pelo governo local, que é frontalmente contra a demarcação das terras indígenas em Raposa-Serra do Sol", declarou o padre. "Os índios também temem que para aprovar as suas reformas no Congresso, o presidente Lula negoceie a redução da reserva em troca de apoio político", acrescentou o missionário. O padre italiano, missionário da Consolata, trabalha com os índios do Estado de Roraima, no Norte do Brasil, há cerca de 35 anos e está na Europa para sensibilizar a sociedade para o problema das terras indígenas no Brasil. Em Portugal, o missionário fará palestras hoje na Igreja de Massamá, próximo de Lisboa, quinta-feira na Câmara de Leiria, no dia seguinte em Águas Santas (arredores do Porto}, e no domingo em Fátima e Vidigal, região de Leiria. "A campanha pela legalização da Raposa-Serra do Sol, intitulada `Unidos pela vida, contra a violência e a impunidade ', foi lançada em Janeiro, durante o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre", disse. (...) Jorge Dal Ben veio acompanhado do índio Dionito de Souza Makuxi, que permaneceu durante duas semanas na Europa para participar num congresso em Itália e também ajudar na campanha. O missionário já visitou a Alemanha, Itália e França, devendo passar ainda pela Espanha, Inglaterra e Holanda. "Se o tempo nos permitir, poderemos realizar o nosso trabalho ainda na Suíça e na Áustria", complementou Dal Ben. O padre italiano declarou que os índios precisam das terras legalizadas para dar continuidade aos seus projectos "sem medo de serem novamente invadidos por garimpeiros e fazendeiros". "Os índios desta área são independentes, têm escolas, transportes próprios, agentes de saúde e vários projectos, inclusive económicos. Em regime comunitário, mantêm 40 mil cabeças de gado em toda a região", declarou. "As tribos têm conseguido progressos de forma equilibrada, mantendo um estilo de vida próprio, baseado no regime comunitário, respeitando os seus valores culturais e os recursos naturais, além de tentarem recuperar o que foi estragado pelas mãos dos brancos", complementou. A região da Raposa-Serra do Sol está encravada entre a Guiana e a Venezuela. As tribos indígenas que habitam a área - cerca de 15 mil indígenas - são os Makuxi, Wapixana, Ingarikó, Taurepang e Patamona, que travam há 30 anos uma luta pela demarcação das suas terras. A área é organizada administrativamente pelas comunidades de quatro zonas, denominadas "regiões", e que são nomeadamente Raposa, Surumu, Baixo Cotingo e Serras. As regiões são coordenadas por conselhos regionais autónomos, articulando-se entre si e com o Conselho Indígena de Roraima (CIR)."

sexta-feira, outubro 31, 2003

Índios Vão Ser Gente no Chile

No PÚBLICO: "O Presidente chileno Ricardo Lagos recebeu e começou a analisar um estudo susceptível de levar ao reconhecimento da dignidade, ou pelo menos da existência, das comunidades indígenas do país. Não está mesmo fora de hipótese uma alteração da Constituição nesse sentido. Porém, os visados receberam a notícia com desconfiança. A proposta-esperança intitula-se "Verdade Histórica e Novo Tratamento dos Povos Indígenas", foi estudada e concluída por uma comissão presidida pelo antigo mandatário Patrício Aylwin, que anteontem a entregou formalmente a La Moneda, e sugere no mínimo o reconhecimento dos povos que já estavam no território quando os espanhóis lá chegaram - a autonomia é outra das coisas que pede." [notícia completa]

terça-feira, outubro 21, 2003

"Não se pode deixar serem os criminosos a tratar dos pobres"

No Diário de Notícias: "Entrevista com Alejandro Toledo, Presidente do Peru. Alejandro Toledo, 58 anos, foi o primeiro índio a ser eleito para a presidência do Peru. «Em 500 anos nunca tal acontecera; e as pessoas precisam agora de digerir bem esse fenómeno», diz ele." [entrevista completa]

segunda-feira, outubro 13, 2003

Venezuela: Hugo Chavez acusa Colombo do maior genocídio da História

Na LUSA: «O presidente da Venezuela, Hugo Chavez, distanciou-se domingo da tradição de celebrar a cada 12 de Outubro o aniversário da "Descoberta" da América por Cristovão Colombo que, segundo ele, abriu as portas ao maior genocídio da História. "Não há nada a celebrar a 12 de Outubro. É uma mentira dizer que hoje é a Jornada da Descoberta da América", disse Chavez na sua alocução dominical na rádio e TV "Olá, presidente!". A 12 de Outubro de 1492 começou na América "uma invasão, um genocídio, uma colonização e uma pilhagem" do continente, de que foram vítimas as populações indígenas, afirmou. Por todas estas razões, Cristovão Colombo "não foi de maneira nenhuma um explorador" mas antes um "personagem que dirigiu um dos maiores massacres da História", afirmou o chefe de Estado venezuelano. Sábado, durante um encontro com representantes das populações indígenas do país, Chavez acusou Cristovão Colombo de ter sido "o ponta de lança da invasão e do maior genocídio conhecido na história dos povos". Durante essa reunião, o presidente venezuelano criticou os historiadores ocidentais por terem "ocultado o massacre de 97 milhões de indígenas" do continente americano, fazendo o elogio de conquistadores que foram "piores que Hitler".» [notícia completa] [notícia no Diário Digital]

quinta-feira, outubro 02, 2003

Livros: Lançamento duplo e exposição sobre arte de sonhar dos índios da Amazónia

Na LUSA: "O lançamento dos livros "A Arte dos Sonhos: Uma Iconografia Ameríndia" e "O Belo é a Fera: a Estética da Predação e da Produção entre os Wayana", revelam os sonhos dos índios quinta-feira em Lisboa. Os volumes "A Arte dos Sonhos", de Aristóteles Barcelos Neto, e "O Belo é a Fera", de Lúcia Hussak van Velthem, serão lançados às 18.30 no Museu Nacional de Etnologia, a par da mostra "A Arte dos Sonhos: Desenhos do Xingu". A exposição, que estará patente até à primeira quinzena de Novembro, tem por base trabalhos do livro de Barcelos Neto que, tal como o de Lúcia van Velthem, é editado pela Assírio & Alvim na colecção Coisas de Índios. A mostra inclui 60 desenhos executados nos anos 1998 e 2000 por cinco xamãs Wauja do Estado do Mato Grosso, Brasil, com lápis de cor e tintas acrílicas, e representam visões que os xamãs têm dos "yerupoho" e dos "apapaatai", seres que, segundo os indígenas, controlam os recursos naturais." [notícia completa]

quinta-feira, setembro 25, 2003

Chefe kaingang morto no Brasil

Um chefe índio da tribo dos kaingangs que lutava pela demarcação de terras indígenas perto de Las Palmas, estado de Paraná, no Sul do Brasil, foi assassinado, anunciou segunda-feira o Conselho Missionário Indigenista (Cimi), uma organização de direitos humanos da igreja católica brasileira, no Rio de Janeiro. Sobrinho do chefe Albino Veri, a vítima, Ademir Mendes, 24 anos, foi degolada, domingo, entre a cidade de Las Palmas e a reserva dos kaingangs, na fronteira do estado de Santa Catarina. O seu corpo foi encontrado na estrada de acesso à aldeia índia. A zona indígena de Palmas foi invadida por madeireiros, mas os kaingangs, chefiados por Ademir Mendes, conseguiram expulsá-los, segundo a Cimi. A delimitação da reserva indígena de Palmas está em curso. Em razão de pressões exercidas pelas empresas de exploração madeireiras e de políticos, o Ministério da Justiça está a atrasar a assinatura do decreto sobre a delimitação. Os índios suspeitam que os assassinos estão ligados aos madeireiros expulsos das terras indígenas, que então proferiram ameaças de morte contra Ademir Mendes. Só este ano, duas dezenas de índios foram mortos no Brasil, quatro deles no Sul do país.

sexta-feira, setembro 19, 2003

Brasil: Amazónia abrigava sociedades complexas antes de Colombo

Na LUSA: "Os índios da Amazónia tinham grandes aldeias antes de 1500, com sociedades numerosas e complexas tanto social como tecnologicamente, indica um estudo de pesquisadores brasileiros e norte-americanos hoje divulgado pelo jornal Estado de São Paulo. Segundo a pesquisa, que combate o mito da floresta intocada antes da chegada de Colombo à América, as aldeias índias da época tinham estradas quilométricas que chegavam a medir atingir 50 metros de largura, pontes e áreas de fruticultura e agricultura. "Muita gente pensa na Amazónia como uma floresta virgem, intocada, mas não é bem assim. (...) Temos evidências claras de que as sociedades da época alteraram significativamente a cobertura vegetal", disse o antropólogo Carlos Furtado, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na região do Parque Indígena do Xingu, no nordeste do estado do Mato Grosso, os pesquisadores encontraram vestígios surpreendentes de ocupação humana entre os séculos XIII e XVII, em que as aldeias eram maiores e mais numerosas do que as actuais. As maiores aldeias da época tinham uma área de aproximadamente 50 hectares (dez vezes maior do que a das actuais) e podiam abrigar cerca de três mil pessoas. A equipa de pesquisadores localizou 19 sítios arqueológicos numa área de 400 quilómetros quadrados habitada hoje pelos índios kuikuros, no alto Xingu. Há indícios arqueológicos de que a área é habitada, pelo menos desde o ano 800, embora o auge do desenvolvimento tenha ocorrido entre os séculos XIV e XVI, justamente quando os europeus chegaram ao Novo Mundo. Segundo o arqueólogo Michael Heckenberger, da Universidade da Flórida, a complexidade das construções, perfeitamente rectilíneas, indica um conhecimento avançado de engenharia, matemática e astronomia, como forma de orientação. "Não era um império Inca ou Romano, mas havia muitas sociedades da época, mesmo na Europa, que não eram tão complexas quanto essa", salientou o pesquisador norte-americano."

quinta-feira, setembro 18, 2003

Vala comum descoberta na Guatemala

Antropólogos exumaram 43 ossadas de um grupo de 200 indígenas desaparecidos nos anos 80, durante a guerra civil da Guatemala. Os restos mortais foram encontrados num antigo quartel em San Juan Comalapa, no departamento de Chimaltenango. A máxima dirigente da Comissão Nacional de Viúvas, Rosalina Tuyuc, disse que as chacinas foram cometidas por militares entre 1979 e 1983. O período inclui a ditadura do antigo general Efraín Rios Montt, actual presidente do Parlamento e candidato à chefia do Estado, que ocupou o poder entre 1982 e 1983, os dois anos mais violentos da história recente do país. A guerra civil guatemalteca estendeu-se de 1960 a 1996, quando foi concluído um acordo com a União Nacional Revolucionária Guatemalteca, e causou cerca de 200 mil mortos e desaparecidos.

quarta-feira, setembro 03, 2003

Através da Amazónia

Reportagem a não perder na National Geographic Magazine de Agosto: "Bem no interior da selva brasileira, o defensor dos direitos dos índios, Sydney Possuelo, tem pressa em salvar pessoas que espera nunca vir a encontrar: os isolados flecheiros."

quarta-feira, agosto 27, 2003

Governo do Canadá cede território do tamanho da Suíça a índios

No Diário Digital: "O governo canadiano assinou um acordo em que cede a um grupo de índios um território de 39 mil quilómetros quadrados - o equivalente ao tamanho da Suíça - cujos recursos naturais podem explorar, e que lhes permite criar um governo territorial próprio." [notícia completa]

O acordo: Governo canadiano atribui território a índios

No PÚBLICO: "O primeiro ministro canadiano, Jean Chrétien, e os líderes do movimento indígena Nação Tlicho assinaram ontem um acordo que atribui aos nativos a posse e administração de um território do tamanho da Suíça. A Nação Tlicho - anteriormente designada por Primeira Nação Dogrib - assumirá assim o controlo dos 39 mil quilómetros entre os Lagos do Grande Escravo e do Grande Urso, no Norte do Canadá, território onde ficam localizadas duas minas de diamantes. As quatro comunidades índias que formam a Nação Tlicho irão agora proceder à eleição dos conselheiros e chefes que irão integrar um Governo territorial responsável pela gestão das questões relativas à saúde e à educação. O Governo federal manterá o controlo da lei criminal."

sexta-feira, agosto 22, 2003

Confrontos étnicos na Nigéria fazem uma centena de mortos

No PÚBLICO.PT: "Perto de cem pessoas foram mortas e mais de mil ficaram feridas em confrontos étnicos na Nigéria, na cidade petrolífera de Warri, no Sul do país. (...) Os confrontos entre os grupos étnicos ijaw e itsekiri têm origem em disputas pelo petróleo e pelo poder político. Os ijaws afirmam que o poder político está distribuído de forma desigual, em favor dos itsekeris, ao mesmo tempo que reclamam uma maior fatia das riquezas do solo nigeriano." [notícia completa]

Áreas protegidas africanas dificultam a vida dos povos indígenas

No PÚBLICO.PT: "Nove grandes áreas de conservação em seis países africanos estão a ameaçar a vida dos povos indígenas em vez de os ajudar, alerta um livro baseado num estudo de dois anos sobre projectos de conservação no continente, da autoria da organização para os direitos humanos Forest Peoples Program (FPP)." [notícia completa]

segunda-feira, agosto 18, 2003

Equador: Ruptura política entre indígenas e Lucio Gutiérrez

[15/8/2003] "El presidente de Ecuador, Lucio Gutiérrez, rompió hace pocas horas sus lazos políticos con el movimiento indígena Pachakutik - Nuevo País, quien en noviembre del año pasado lo acompañó en su carrera a la presidencia." [notícia completa] Fonte: Etnias de Colombia

quarta-feira, agosto 13, 2003

Mexico: Amnistia Internacional condena assassinato de activista dos direitos indígenas

Comunicado da Amnistia Internacional (08/08/2003): "(Mexico, D.F.) Amnesty International today condemned the murder of Mexican indigenous rights activist Griselda Tirado and called on the Mexican authorities to carry out a prompt and effective investigation. "Griselda Tirado's work in defence of human rights of the indigenous communities in Puebla may have cost her her life," said Rupert Knox, a member of Amnesty International's current High Level Mission to Mexico. "Over the years human rights defenders in Mexico have faced repeated threats and harassment, and the authorities have consistently failed to ensure their safety and investigate attacks effectively." [texto integral]

segunda-feira, agosto 11, 2003

Guerrilha zapatista anuncia uma nova etapa na sua luta

No PÚBLICO de ontem: «A guerrilha mexicana do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) anunciou ontem uma nova etapa na sua luta, durante um encontro que juntou este fim de semana centenas de camponeses e simpatizantes zapatistas em Oventic, pequena aldeia das montanhas de Chiapas (Sul do México). O comandante "Rafael" explicou que o EZLN tenciona criar conselhos de auto-gestão dos seus territórios. "É um acto histórico, já que hoje termina uma etapa da nossa luta e começa uma outra, de luta política, de resistência e de autonomia dos povos indígenas do México", disse "Rafael"». [ler notícia completa]

Equador: ruptura na aliança política com movimento indígena

No PÚBLICO de Sexta-feira, 8 de Agosto: "A aliança governativa entre a Sociedade Patriótica, partido político do Presidente equatoriano Lucio Gutiérrez, e o Movimento Pachakutik, braço político da Confederação das Nacionalidades Indígenas (CONAIE), chegou ao fim, anunciou ontem o secretário da Presidência para a Comunicação, Marcelo Cevallos. A ministra dos Negócios Estrangeiros, Nina Pacari, o ministro da Agricultura, Luis Macas, e a ministra do Turismo, Doris Solís, eleitos pelo Pachakutik, irão agora abandonar o executivo de Gutiérrez. A relação entre o Presidente equatoriano e o movimento indígena vinha a deteriorar-se já há algumas semanas. Na origem da ruptura terá estado, no entanto, o facto do Pachakutik ter votado contra ao projecto-lei apresentado por Gutiérrez para a reforma da Lei do Serviço Civil e da Carreira Administrativa".

quarta-feira, julho 30, 2003

Leis antiterroristas contra índios no Chile

O Chile está a pôr em perigo os direitos dos grupos indígenas do país, aplicando as leis antiterroristas aos autóctones que reivindicam terras dos antepassados, acusou o enviado especial das Nações Unidas, Rodolfo Stavenhagen, em declarações aos jornalistas, em Santiago do Chile, na terça-feira. A denúncia respeita basicamente aos mapuches, que constituem 90 por cento dos 692 mil indígenas do país, expoliados de terras ancestrais por empresas hidroeléctricas. Vários índios acusados de assalto e destruição de propriedade privada estão presos, a aguardar julgamento. Outra das acusações que enfrentam é a de... associação ilegal.

terça-feira, julho 29, 2003

9 de Agosto é Dia dos Povos Indígenas do Mundo

Celebra-se no dia 9 de Agosto o Dia dos Povos Indígenas do Mundo. Foi há dez anos, em Dezembro de 1993, que a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou este dia como o da reflexão anual dos problemas das comunidades autóctones. O objectivo é despertar a consciência do mundo para a necessidade de um maior respeito pelos direitos humanos e as liberdades fundamentais dos povos indígenas. O 9 de Agosto insere-se na Década Internacional dos Povos Indígenas, promovida pela ONU para aumentar a cooperação internacional nas áreas que mais afectam as comunidades indígenas, como os direitos humanos, o meio ambiente, o desenvolvimento, a educação e a saúde, que termina no próximo ano.

terça-feira, julho 22, 2003

Chile: seminário internacional sobre povos indígenas

Termina hoje em Temuco, no Chile, o seminário internacional "Direitos Humanos e Povos Indígenas: Tendências internacionais e realidade local", uma iniciativa do Instituto de Estudos Indígenas da Universidade de la Frontera, que conta com a participação do relator das Nações Unidas para os Direitos Humanos Indígenas, Rodolfo Stavenhagen. Além de indígenas chilenos, participam no encontro várias delegações indígenas internacionais, para discutir temas como o direito internacional indígena, povos indígenas e direito comparado, meio ambiente e propriedade intelectual, conflitos territoriais, os direitos da mulher indígena, entre outros.

segunda-feira, julho 21, 2003

AI: Canadá deve defender povos indígenas

AI Canadá alerta para povos indígenasHá quatro anos, o Canadá afirmou perante as Nações Unidas que a situação dos povos indígenas era “o mais premente problema de direitos humanos” do país. No Dia Nacional do Aborígene, celebrado a 21 de Junho, a Amnistia Internacional (AI) apelou às autoridades federais e regionais para que honrem os povos indígenas do país tomando medidas que defendam os seus direitos.

Indígenas isolados enfrentam a extinção

No portal Tierramérica: "Los nativos de América del Sur que no desean tener contacto con la “civilización” enfrentan un genocidio cultural, advierte alto funcionario de la ONU. Se trata de los korubo de Brasil, tagaeri de Ecuador, ayoreo de Paraguay y mashco-piros, ashaninkas y yaminahuas de Perú, no más de cinco mil personas en total". [notícia completa em castelhano ou em inglês]

quinta-feira, julho 17, 2003

Plegaria por la Sangre Maya*

Cuatrocientos pueblos indígenas arrasados por la mano de un sátrapa, que llegó al poder a través de un golpe de Estado en 1982, son los testigos de la memoria ultrajada por el fallo de la Corte Constitucional de Guatemala, que permitió que el General Efraín Ríos Montt, acusado de genocidio por las Naciones Unidas, creador de los Tribunales de Fuero Especial (jueces sin rostro) que condenaron a muerte a quienes se opusieron a su dictadura, y artífice de las Patrullas de Autodefensa Civil (paramilitares), sea hoy el candidato oficial a la presidencia del Frente Republicano Guatemalteco (FRG). Laura Fuentes Belgrave, 16 de Julho 2003 [ler texto completo]
*Fonte: OneWorld América Latina

quinta-feira, julho 10, 2003

Canadá: o seu a seu dono

Os índios mississaugas, antigos proprietários das terras onde hoje se ergue Toronto, Canadá, reclamam o pagamento dos dez xelins que, em 1805, lhes foram prometidos pelo terreno. O Governo de Otava manifestou-se disponível para analisar a reclamação. Segundo a imprensa canadiana, as compensações pela compra de Toronto poderão tornar-se na maior liquidação jamais feita num caso deste tipo. “Não contestamos a circunstância de a terra ter sido vendida. O que pomos em causa é o facto de não termos obtido um pagamento equitativo”, diz Bryan LaForme, chefe dos mississaugas. Note-se, para se ter uma noção dos valores em causa, que, há 200 anos, 10 xelins correspondiam à pré de um soldado britânico. Mas hoje, quanto valerão os 49 mil hectares de terras em causa? Enfim, prevenindo eventuais ataques cardíacos entre os negociadores canadianos, chefiados por David Walker, e por maioria de razão entre os homens do Tesouro, LaForme pede que ninguém se preocupe, pois tudo o que a sua comunidade quer é “melhorar” as suas condições de vida.

sexta-feira, julho 04, 2003

Invasor da Raposa Serra do Sol ameaça índios

No CIR: "O invasor da terra indígena Raposa Serra do Sol, conhecido por 'João do Boi', voltou a ameaçar os índios que estavam reunidos em Assembléia Regional do Surumu, no retiro indígena da aldeia do Barro, nos dias 29 de junho a 2 de julho. O retiro havia sido destruído, no dia 26 de maio, pela família do posseiro e as lideranças denunciam que ele fala abertamente aos moradores do vilarejo Surumu que "vai embora, mas antes vai matar índio". 'João do Boi' é irmão do vereador de Uiramutã, Francisco das Chagas Oliveira da Silva, o "Chico Tripa", ex-posseiro da fazenda Retiro, onde o índio macuxi Aldo da Silva Mota foi encontrado morto e enterrado numa cova rasa em janeiro deste ano. O indígena foi executado com um tiro no peito. Numa afronta às comunidades, no domingo, 29/6, ele esteve no local da reunião e disse que sua saída da "área será decidida pela Justiça". As comunidades denunciam que os jagunços de 'João do Boi' portam arma de fogo e praticam tiroteio durante a noite." [notícia completa]

domingo, junho 29, 2003

"Crazy Horse" fotografado?

Foto de O "Philadelphia Inquierer" publicou recentemente uma suposta fotografia do famoso "Crazy Horse", o chefe dos índios Sioux. A fotografia veio lançar a polémica no meio académico, já que muitos historidores defendem que "Crazy Horse" nunca foi fotografado. Mais no Philadelphia Inquirer". [lido no Ponto Media]

Índios nos Blogs

Weblog sobre povos indígenas, actualizado sempre que possível.