No Estadão: "Os Fulni-ô são o único povo indígena, em todo o Nordeste brasileiro, que conseguiu manter sua língua materna com bastante vitalidade. Praticamente todas as outras - e eram muitas quando os colonizadores chegaram - estão mortas. "A manutenção do yathe, que está encravada no meio de população de língua portuguesa há séculos, é algo realmente extraordinário", afirma Januacele da Costa, professora do Departamento de Lingüística da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). "É possível comparar a sobrevivência desse idioma com o basco, uma língua também isolada, dentro dos territórios atuais da França e da Espanha." Se os Fulni-ô conseguiram resistir, e hoje possuem meios de exteriorizar melhor sua "indianidade", em quase todas as outras tribos a saída surge apenas quando os lingüistas se aproximam e criam meios de difusão do idioma, que muitas vezes é apenas falado. Essa necessidade, por exemplo, levou a pedagoga, historiadora e indígena Maria Pankaruru, orientada por Januacele, a trabalhar em seu doutorado com a língua ofayé, tribo do interior do Mato Grosso do Sul. "Essa língua é falada atualmente por apenas 11 pessoas. A tribo hoje tem 46 indígenas e outros 27 brancos que vivem lá devido aos casamentos interétnicos", explica Maria, que atualmente é funcionária da Funai de Maceió.
[notícia completa]
Sem comentários:
Enviar um comentário