domingo, julho 20, 2008

Peru/ Brasil: o direito à autodeterminação dos povos em isolamento voluntário

No WRM: "No final de maio, como resultado de um sobrevôo pilotado pelo coordenador da Frente de Protecção Etnoambiental da FUNAI (Fundação Nacional do Índio ) órgão brasileiro que toma conta da protecção dos grupos isolados), várias fotos aéreas revelaram a existência de índios em isolamento voluntário de uma das quatro etnias que vivem nessa situação na fronteira do Estado do Acre (Brasil) com o Peru. Todas as manchetes do mundo reproduziram as imagens avermelhadas de guerreiros pintados com urucum (fruto vermelho também conhecido como achiote), em posição de atirar suas flechas no avião. Outros integrantes da tribo, desarmados, apareciam pintados de preto com jenipapo (outro fruto usado para a pintura corporal), enquanto mulheres e crianças fugiam para dentro da floresta. Tudo indica que tiveram alguma experiência ruim anterior relacionada com aviões, e a reacção deles não dá lugar a dúvidas- querem que os intrusos vão embora... As fotos também registaram duas grandes malocas localizadas em amplos roçados (espaços abertos na selva, para a agricultura) plantados com muita banana, mandioca, mamão, milho e outras lavouras. A antropóloga Beatriz Huertas, do Comitê Internacional para a Proteção dos Povos em Isolamento, diferencia os grupos "isolados" daqueles chamados "em contacto inicial". Os primeiros se recusam a estabelecer relações de interacção sustentada com os integrantes da sociedade que os rodeia, enquanto os grupos que estão em situação de “contato inicial” foram maioritariamente forçados por fautores ou agentes externos a abandonar o isolamento, ficando mais expostos ao contágio de doenças externas contra as quais eles não têm desenvolvido defesas imunológicas. Contudo, ambos têm um problema em comum: a usurpação dos territórios que habitam por parte dos concessionários petroleiros, madeireiros e ultimamente os sojeiros do lado brasileiro. É sabido que, em muitos casos, os antecessores desses grupos tiveram experiências de contacto "sumamente traumáticas", e por isso optaram por permanecer isolados." [artigo
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