segunda-feira, julho 05, 2004
Conflito armado leva jovens indígenas colombianos ao suicídio
Na ADITAL: "Os primeiros contactos entre os povos autóctones do Continente americano e os grupos representantes da cultura ocidental têm sido devastadores para os primeiros, mesmo nos dias de hoje, mais de 500 anos depois da chegada do "descobridor" Cristóvão Colombo. Ao noroeste da Colômbia, que leva o nome do navegante genovês, uma onda de suicídios está assolando os jovens de comunidades indígenas Embera e Wounaan, que até pouco tempo se mantinham isoladas do contato com a sociedade nacional. Apenas no ano passado, 17 jovens indígenas, dentre eles crianças de 12 anos, tiraram a própria vida em virtude dos distúrbios causados pelo conflito armado. Essas comunidades foram envolvidas à força nos embates entre paramilitares e guerrilheiros, que costumam manter muitas aldeias indígenas sitiadas para evitar que o inimigo obtenha alimento, combustível e remédios. Esses dois povos indígenas e outras etnias foram vítimas recentes de deslocamentos forçados e chacinas promovidos por paramilitares, provocando o assassinato dos líderes e anciãos desses grupos, e, com isso, desestruturando o cotidiano da comunidade. No caso dos Embera, mais de 1.200 indígenas abandonaram as aldeias que habitavam em março passado temendo ataques paramilitares. "Devido à alta concentração de mortos na zona, por conta dos enfrentamentos entre grupos armados, os jovens indígenas estão perdendo a vontade de viver", afirma a Associação de Lideranças Indígenas da Zona do Baixo Atrato (Camizba), principal organização indígena da região. Em resposta a essa calamidade, o escritório na Colômbia do Alto Comissionado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) visitou a aldeia União Embera Katío, uma das mais afetadas pelo problema. Com o objetivo de evitar outros suicídios, o Acnur implementará um projeto para oferecer assessoramento e apoio psicossocial adequado à cultura de jovens e famílias, bem como atividades culturais para fortalecer a identidade indígena e os valores tradicionais. O projeto beneficiará os habitantes de União Embera Katío e outras oito comunidades das etnias Embera, Wounaan, Katío e Chamí." [notícia completa]
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