Chegou-nos ao conhecimento um interessante projecto de educação ambiental realizado no Parque Indígena do Xingu (PIX), localizado na região norte de Mato Grosso, Região Amazônica. A zona caracteriza-se por uma mata virgem, rios de águas claras e potáveis e uma fauna e flora que sempre supririam as necessidades básicas para a sobrevivência dos povos ancestrais que ali habitam até hoje. Contudo, do contacto com o homem branco surgiram necessidades antes inexistentes, como a energia, os aparelhos eletroeletrónicos, entre eles, o rádio, as lanternas, e até mesmo os aparelhos médicos. Devido à localização geográfica do PIX, a única maneira de se suprir de forma economicamente viável o funcionamento destes aparelhos, foi à introdução do consumo de pilhas e baterias pelas comunidades indígenas. Se por um lado a modernidade trouxe benefícios, por outro, trouxe a exposição dessas comunidades aos metais pesados (Chumbo, Mercúrio, Cádmio e seus compostos), presentes na composição das pilhas e baterias.
O Projecto «Volta às Origens» pretende remover as pilhas utilizadas das aldeias e rios do PIX, e transportá-las para um destino final adequado. Realiza também um trabalho de educação ambiental com o intuito de implantar formas de colecta, acondicionamento e transporte das pilhas e demais lixos de origem industrial, além de promover a sensiblização da comunidade indígena sobre estes poluentes, contribuindo assim para a manutenção da integridade ambiental do Parque Indígena do Xingu e do Rio Xingu.
O mentor do Projecto é Georges Latif Bourdoukan Júnior, mergulhador profissional há seis anos, que desenvolve trabalhos junto das comunidades indígenas há cinco anos no PIX, sendo grande disseminador da cultura e dos costumes indígenas através de palestras realizadas a grupos interessados neste assunto. Com isso, ganhou a autorização dos povos para mergulhar em áreas consideradas sagradas por eles - os rios, sendo o único mergulhador autorizado a realizar este tipo de acção no Parque. O «Volta às Origens» procura actualmente novos apoios que assegurem a sua continuidade.
Links para saber mais sobre o Parque Indígena do Xingu:
Instituto Socioambiental
Rota Brasil Oeste
Sem comentários:
Enviar um comentário