segunda-feira, maio 16, 2005
Cimi processa o jornal O Estado de São Paulo
No CIMI: "No dia 8 de maio, o jornal O Estado de S. Paulo publicou matérias com os títulos "Uma crise no horizonte de Roraima" e "ONGs são fachadas para países ricos, diz relatório", nas quais acusa ONGs e a Funai de estarem a serviço de "grupos e países interessados nas riquezas minerais das reservas indígenas localizadas na fronteira norte do pais". Segundo o jornal, a demarcação das terras indígenas seria parte de uma estratégia de dominação dos "paises hegemônicos". As matérias teriam sido baseadas em um relatório secreto, produzido pelo coronel Gelio Augusto Barbosa Fregapani, chefe do Grupo de Trabalho da Amazônia (GTAM), lotado na Agência Brasileira de Informação (Abin), em Brasília. No final da segunda matéria, o jornal, sempre se baseando no relatório da Abin, afirma que o Cimi "teria recebido, entre 1992 e 1994, US$ 85 milhões da Fundação Nacional para a Democracia, dos Estados Unidos, mantida pelo governo e dirigida pelo Congresso americano". O Cimi vem a público informar que está tomando as providências legais cabíveis para responsabilizar judicialmente o jornal O Estado de S. Paulo pelas acusações publicadas, e a União, pelas inverdades que, segundo o jornal, constam no relatório da Abin. Além de acusar o Cimi - e outras organizações não governamentais - sem comprovações sobre o que foi publicado, o jornal desrespeita um dos princípios básicos do jornalismo, pois em nenhum momento ouviu as entidades que cita. As acusações e falsidades arroladas na matéria são velhas conhecidas do Cimi, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e dos indigenistas brasileiros. Durante o processo Constituinte, em 1987, as mesmas acusações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo, em "reportagens" sobre a suposta atuação de missões religiosas como fachada de interesses de mineradoras estrangeiras. Após seis dias publicando matérias que acusavam diretamente o Cimi, o jornal O Estado de S. Paulo foi obrigado a publicar o direito de resposta da entidade. A repercussão das denúncias terminou por instaurar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) cujo relator, Senador Ronan Tito,comprovou a falsidade das acusações. As acusações repetiram-se após a homologação do Território Yanomâmi, no mesmo estado de Roraima, nos anos 90, e periodicamente voltavam a ocupar páginas da mídia e os discursos de parlamentares anti-indígenas no Congresso Nacional, sob a forma de "denúncia" da "internacionalização da Amazônia". [continua...]
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