terça-feira, agosto 03, 2004
Colômbia: Depois do deslocamento, índios wayúu ganham cidadania
Na ADITAL: "Uma missão desenvolvida pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) está levando um pouco de cidadania aos índios Wayúu, o mais numeroso dos povos indígenas do país, que habita a península de La Guajira, mais precisamente em "El Paraíso", norte da Colômbia, no extremo mais setentrional da América do Sul. A campanha de documentação vai emitir cerca de 10.000 documentos de identidade e está sendo realizada desde o último dia 11 de julho, se estendendo até o próximo dia 17 de agosto, ajudando assim essas pessoas a exercer seus direitos como cidadãos. Ao ter acesso à sua documentação, os cidadãos obrigatoriamente terão a proteção e assistência do Estado. A península de La Guajira é uma região cálida e árida que, no passado, foi bastante visitada por corsários ingleses, franceses e holandeses para contrabandear mercadorias, como sal e pérolas das Índias Ocidentais. Os indígenas, que habitam a região do alto de Guajira, são conhecidos na Colômbia não somente como a etnia mais numerosa, mas também por suas características de viajantes e comerciantes de todos os tipos de mercadorias. Até hoje, guardam com cuidado o segredo e o controle de muitas rotas comerciais. São chamados de contrabandistas, pois, para eles, os limites geográficos entre a Colômbia e Venezuela só existem nos mapas. Esse povo viveu durante muitos anos à margem dos efeitos da guerra interna colombiana, que já dura 40 anos. O único tipo de violência era entre os próprios clãs Wayúu. Mas essa situação mudou a partir do dia 18 de abril de 2004, quando um numeroso grupo de homens armados chegou até a pequena aldeia de Puerto Portete, onde aproximadamente 50 famílias Wayúu viviam da pesca e da cobrança de pedágio das lanchas e botes de carga que regularmente trazem mercadorias de contrabando até a baía. Alguns defendem que esse foi o preço por assegurar as rotas de tráfico na região. Vários Wayúu foram mortos. Os testemunhos locais falam de 12 pessoas mortas e 30 desaparecidos. O massacre provocou o êxodo a outras partes de La Guajira e a zonas mais distantes como Maracaibo, na Venezuela." [notícia completa]
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